quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Living Colour - Stain (1993)


Tido como "o disco mais pesado do Living Colour", Stain mantém a escrita abrindo com uma porrada na orelha. Basta ouvir a primeira faixa pra saber que a banda chega ao terceiro disco mantendo aquele fôlego de garoto.

Go Away mostra que o pessoal não quer brincadeira, atropelando o ouvinte com um riff mamútico (ou rinocerôntico, ainda não sei bem como definir), baixo agressivo e extremamente criativo (estreia do brilhante Doug Wimbish nas 4 cordas. Ex-Mick Jagger/Seal/Madonna...), vocais cavernosos e batera agulhada o tempo todo.

Ok - disco introduzido, fãs cativados, e tal e coisa, e coisa e tal...mas e agora? E agora?? Eles iniciam uma saraivada de petardos que não me deixam escolha: tenho que fazer outra listinha de músicas. Vamos lá:

. Ignorance is Bliss - riff esculachante de guitarra pra começar, groove estúpido pra continuar e uma linha vocal daquelas que você assobia assim que houve;

. Leave it Alone - clima mais pra cima, com aquele brilho que os hits costumam ter, remetendo inclusive aos tempos do Time's Up (3 anos antes). Após o segundo refrão, o ouvinte é chamado pra seguinte reflexão: "We’re always talking about peace, but it’s pieces that we find. What’s with all this tension? What is on your mind?";

. Bi - forma divertida de abordar a questão da bissexualidade ("Everybody wants you when you’re bi. Eating with the girls and laughing with the guys. Everybody loves you when you’re bi, but the tension and the passion’s double amplified");

. Mind Your Own Business - arrastada, pesada, descompromissada, irada;

. Auslander - agitada, experimental (nas sonoridades) e nervosa (nos vocais);

. Never Satisfied - inicia como quem não quer nada e te toma de assalto. "I've gotta have more and more, what I got? That's what they make money for, what I got? I sold my soul like a whore, what I got?";

. Nothingness - uma das coisas mais lindas que você já ouviu. Seja nos sons (puta trabalhos de baixo, guitarras sintetizadas, batidas e linhas vocais), seja nas letras ("Nothingness. All I have to feel is my loneliness. Nothing in the attic 'cept an empty chest. And nothing lasts forever");

Apesar de Time's Up ter sido o mais vendido, conheço muita gente que prefere o Stain. Como disse ontem a um amigo, às vezes curto mais um, às vezes mais o outro. Invariavelmente, ponho o primeiro pra rodar e deixo o segundo na agulha. Mas o inverso já aconteceu bastante também.

Links para algumas das músicas citadas no post:

Pra ser ouvido com um bom estoque de latas geladas à disposição.

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